Rock in Rio Febras. Um festival do povo e para o povo

Numa freguesia de Guimarães onde se “respira música”, nasceu o Rock In Rio Febras. Um festival solidário que dá palco a bandas locais, mas que depois de muita polémica pretende crescer sem perder a identidade.

Chegam de praticamente todo o país, desde Bragança até Lisboa, passando pelo Porto e Torres Vedras. A história de David e Golias dos tempos modernos correu o mundo e exemplo disso são visitantes do Senegal, Cazaquistão e Taiwan, que chegam à pequena freguesia de Briteiros e São Salvador, em Guimarães, para assistir a concertos de bandas locais num festival de cariz solidário.

Junto às margens do Rio Febras, há quem aproveite para se refrescar ou mesmo fazer um novo corte de cabelo, para além de ouvir música rock. Um festival do “povo e para o povo”, com públicos de todas as idades, que pretende angariar verbas para a Casa do Povo de Briteiros, como refere Vasco Marques, presidente da direção.

“Nós na primeira edição estávamos a contar com 300 ou 400 pessoas e passaram pelo recinto 1.500. Portanto, nós acreditávamos que este ano, mesmo sem toda esta polémica, íamos ter pelo menos o mesmo número. Agora, claro que não estávamos à espera, deste epifenómeno nacional e internacional”, revela.

Um crescimento na ordem dos “400%” em termos de afluência, infraestruturas e voluntários que passaram de 20 para mais de 80. Contudo, a essência mantém-se.

“As primeiras pessoas que chegaram cá eram de Vila Nova de Gaia e Matosinhos. A primeira coisa que o senhor me disse foi: para o ano, se precisarem, eu ponho-vos aqui os geradores. Portanto, esta onda de solidariedade que anda à volta do festival é o que faz isto acontecer”, adianta.

Este ano, o festival vai contar com o apoio médico de uma profissional do Hospital de Braga, também graças à boa vontade da mesma.

Quanto ao novo nome do evento, será escolhido pelo público. Sempre com humor à mistura, Diana Marques, da Comunicação, e Pedro Conde, responsável pela programação, elencam alguns exemplos como “Super Bock Super Febras” ou “Febras Alive”. Certo é que a decisão será tomada através das redes sociais.O pequeno recinto junto ao Rio Febras poderá ser alargado já em 2024. Isto é, a organização poderá transferir o evento para a envolvente de modo a ganhar mais capacidade. À TSF, o presidente da Junta de Freguesia de Briteiros e São Salvador, Diogo Costa, avança que está a trabalhar para a criação de um parque com cinco hectares, que poderia, caso a organização assim o entenda, ser a nova casa do festival.

Smartini, Segundo Minuto e Gaspea são algumas das bandas vimaranenses que vão pisar o palco do Festival de Rock.

Para o vocalista do quarteto Gaspea, Rui Gonçalves, esta é uma oportunidade de fazer renascer o gosto por este estilo musical junto das gerações mais jovens.

“Respira-se rock aqui, respira-se música”, afirma.

Entre a multidão encontramos Horácio Nogueira, que fez parte do cartaz de 2022, e recorda o início de toda esta aventura.

“Antes do Rock in Rio Febras havia um grupo: o Rock em Rojões. Começou como um grupo informal de 10 pessoas, no ano seguinte já eram 30 e depois passou para 100 ou 150. Quem acolheu o Rock em Rojões foi a Casa do Povo de Briteiros”, ou seja, foram os primeiros passos do hoje mediático Rock In Rio Febras. “Toda a gente desta terra está muito orgulhosa daquilo que está a acontecer”, garante.

Há mesmo quem já esteja a planear um fim de semana prolongado para conhecer melhor, por exemplo, a Citânia de Briteiros ou mesmo, na freguesia vizinha, as Termas das Taipas. Nos percursos que guiam os visitantes pelas margens do rio, há ainda filhos da terra, fora há mais de 30 anos, para quem este é, sem dúvida, um momento de convívio e de solidariedade para com os que por cá vivem.

Crocky Girls encerra o cartaz pelas 2h00, mas a festa, essa prossegue madrugada fora, ou até, a GNR aparecer.

IN TSF

Partilhar:

Este site usa cookies para assegurar uma melhor experiência de navegação.